Marcelo Dutra da Silva
Ecólogo
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No final da última semana, nos dias 29 e 30 do mês de junho, realizamos no Pelotas Parque Tecnológico o I Workshop ESG & Sustentabilidade. O evento reuniu em sete painéis mais de 20 empresas e diversos painelistas da região. Foram dois dias mágicos de impressões sobre sustentabilidade, o papel das empresas na transformação da realidade, de um mundo que caminha para fontes alternativas de energia, consciência de consumo e responsabilidade socioambiental.

A conferência de abertura ficou por conta do CEO da Be8 Erasmo Carlos Battistella, um dos mais influentes empresários do agronegócio brasileiro, referência na área de bioenergia e líder na produção de biodiesel no País. Battistella abordou a transição energética com a grande oportunidade de desenvolvimento para o Brasil. Na sequência seguimos com os debates, a partir da fala de cada painelista.

O primeiro foi da Cultura ESG, que tratou dos princípios que nortearam a mudança de comportamento e a cultura de empresas que alcançaram posições mais elevadas de maturidade na adoção das melhores práticas de sustentabilidade ESG. Três grandes empresas - Be8, Tanac e Sicredi -, todas maduras e avançadas na incorporação das melhores práticas, traçaram o cenário das empresas sustentáveis brasileiras. Foi o painel mais disputado nas perguntas.

O segundo foi sobre a agenda A3P, no qual foram abordados os compromissos da administração pública com os princípios da sustentabilidade e inclusão de melhores práticas na agenda ambiental e como fazer parte do programa do Ministério do Meio Ambiente. Com certeza um estímulo à adesão, que esperamos que ganhe força dentro da Azonasul.

O terceiro abordou o ESG é para todos, em especial atenção ao conceito da sustentabilidade e inclusão das melhores práticas de responsabilidade socioambiental no contexto dos pequenos negócios, microempresas e startups. Este foi um painel que despertou muita curiosidade e que contou com forte apoio do Sebrae.

Já no quarto painel, o primeiro do segundo dia, foram abordados os métodos inovadores de produção e de melhores práticas de sustentabilidade adotadas no campo e a nova agenda de compromissos socioambientais do agronegócio brasileiro. Fui um dos painéis mais interessantes, pela coleção de informes, começando pelas falas da Embrapa Clima Temperado, da Alianza del Pastizal e da Safras & Cifras. Uma verdadeira sala de aula do agronegócio responsável, que funciona e dá certo.

Mas nenhum foi tão intrigante quanto o quinto painel, que buscou apresentar as principais preocupações do setor em se adaptar às novas exigências do mercado sustentável, por meio de práticas e solução inovadoras de responsabilidade social e ambiental. Ficou cristalino que é o setor mais atrasado, apesar do ambiente de construção de primeiro mundo que se faz por aqui. Definitivamente, não há orientação para minimizar os conflitos, seja nas práticas ou nas intenções e condutas. O setor precisa se reavaliar e o workshop serviu como primeira reflexão.

O sexto painel foi tão perfeito quanto o primeiro, onde organizações com grau elevado de maturidade nas práticas ESG, que compõem o setor portuário gaúcho, que participam do ecossistema portuário do Rio Grande - a Portos RS, a Wilson Sons, Tecon e a Sagres - apresentaram ao público detalhes de suas agendas de responsabilidade socioambiental, com forte impacto no público. Impressionou muito o fato de que são empresas fortemente envolvidas na comunidade, com ações variadas e de grande capilaridade.

Por fim, o painel final, o sétimo, explorou a visão do sistema financeiro. Foram apresentadas as normas, regulações e dispositivos legais que empresas e corporações devem seguir, por orientação do Banco Central, para terem acesso a seguros e empréstimos de longo prazo. Foi evidenciado o papel responsável dos bancos para garantir a sustentabilidade no sistema. O Banrisul foi fundamental e o evento um sucesso!